Doença contagiosa

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Posted by tiagokamui | Posted in | Posted on 12:51

Ele tinha medo de amar. Sentia falta, mas tinha medo. Se apaixonar então estava fora de cogitação. Impossível de acontecer, pensava e achava que havia se imunizado contra essa doença, que teria se “medicado” e nunca mais voltaria a sentir os sintomas. Ledo Engano. Fugindo e se afastando das pessoas, ele tinha certeza de que cada dia estaria livre de um novo amor, capaz de cegar, estressar e partir seu coração, como no passado. Tendo medo das pessoas ou apenas afastando-se delas, acreditava que não cairia em outra armadilha da vida. Falso remédio.

Associava o amor à dor, pois quando amava, sofria, era intenso, o pior dos sofrimentos, a pior das dores, seu coração partido ao meio sangrava. E com isso, abraçou o lema que prevenir era melhor do que remediar. Ele só não sabia que o amor não tem prevenção, não tem contra-indicação, não é doença, não é dor. Sua experiência traumática lhe impôs o medo, mas não lhe tirou a doçura.

E aí a vida lhe pregou uma peça. Ele, que se achava imune, forte, coerente, caiu de amores numa noite dezembro, contaminado pela paixão, pelo vírus da qual correu tanto. De repente ele se vê atordoado, com palpitações, as bochechas vermelhas de um rubor que ardia. Com pernas bambas e risadas à toa. O sentimento de dor deixou para depois. Que vírus é esse que causa até amnésia? Pensou.

Será que eu não tomei o remédio pelo tempo correto? Pensava. Sabia que amar era bom, mas sabia que a doença só fazia bem no começo e depois maltratava, maldizia, infernizava. É como uma droga poderosa que vicia assim que se experimenta. Mas, resolveu arriscar. Nessa altura do campeonato, mal sabia ele que não tinha o controle ilusório em suas mãos.

Com uma nova paixão as forças foram renovadas e os lemas trocados. Lembrou de sua mãe, que dizia: “o que não tem remédio, remediado está”, e adotou como nova inspiração. E se entregou. E desassociou o amor com a dor. E conseguiu ser feliz por um tempo determinado pelo destino. Quando acabou o amor ele se sentiu curado do medo. Sentiu que poderia amar e desamar por toda a vida. Pois, já dizia Zeca Baleiro, solidão não se cura com aspirina.

Casamento gay, um perigo a sociedade.

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Posted by tiagokamui | Posted in | Posted on 13:11

Segue em Brasília o projeto de lei que pretende legalizar a união civil entre pessoas do mesmo sexo como união estável e reconhecida pelas leis brasileiras. O popularmente chamado casamento gay, se aprovado pelo legislativo, daria direitos concedidos constitucionalmente hoje apenas aos casais heterossexuais. A lei, proposta pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal em julho de 2008 por não chegar a um consenso e agora retorna ao plenário. Cabral optou por esse tipo de ação porque, de acordo com ele, “O tratamento diferenciado aos casais gays é um desrespeito à Constituição”. No texto a lei pleiteia o reconhecimento legal da união estável de casais de gays e lésbicas sendo reconhecidos como casais estáveis e de âmbito familiar e passariam a ter direito, por exemplo, a pensão em caso de morte do cônjuge, pensão alimentícia e herança.

A Lei, de suma importância para a comunidade gay, está parada no Legislativo. O projeto enfrenta grande resistência das bancadas cristãs. Segundo elas, a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo “fere incondicionalmente os princípios éticos e religiosos criados por Deus”, de que um casamento, ou uma família só pode ser constituído por um homem e uma mulher.

Do que nossos deputados e senadores têm tanto medo? É sabido por todos que as Igrejas detém um poder oculto sobre os população, mas, em pleno século XXI, onde temos comunidades gays lutando por esses direitos em todo o mundo, já é hora de enfrentar essa força, que a cada dia está cada vez menor manchada por escândalos que envolvem tanto a igreja Católica e as Evangélicas.

E muitos países na Europa, como França, Bélgica, Espanha a união civil já é garantida. Na Holanda, por exemplo, este direito foi conquistado em 2001. No Canadá os gays já têm esse direito, assim como em alguns estados americanos o casamento gay também é uma realidade. Na América Latina, México, Uruguai e Argentina os gays tem esse direito garantido. Mas no Brasil ele parece enfrentar uma repressão maior do que em paises mais conservadores.

É algo que assusta a sociedade brasileira, uma sociedade preconceituosa atrasada e hipócrita, cega e que desrespeita em nome de credos e medos os direitos de outros.
Não aceitar algo que é normal, e que é um direito humano é ser medíocre. Como um país que se intitula “Laico”, ou democrático e que na sua Constituição a garantia dos direitos de cada cidadão tem de ser respeitado, e está inda diz que qualquer ato de preconceito é crime. Leis que asseguram punição a crimes e desrespeito a pessoas ainda são um tabu no Brasil. Quantas vezes vamos ter de fechar os olhos e negar aos nossos amigos, e nossos filhos e as pessoas os seus direitos apenas por serem “diferentes”. Por que é tão difícil aceitar algo tão comum? A união civil entre pessoas do mesmo sexo é um direito e tem de ser reconhecida pelas leis, as mesmas leis que dão garantias de uma sociedade justa e livre de preconceitos, ao menos que aceite a liberdade de democracia entre as pessoas.

A cara era consumista

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Posted by Anônimo | Posted in , , , , , , , | Posted on 15:21


Engraçado como de um dia para o outro nossas prioridades materiais mudam. Ainda me lembro do meu primeiro celular. Um Nokia, que mais parecia um tijolo se não fosse pela sua cor azul. Pesado e incomodo de carregar. O visor era preto e branco e os toques eram polifônicos que até faziam o ouvido doer. E eu achava demais. Vivia com ele pendurado na calça. Hoje não imagino uma pessoa comum sem um celular com câmera, mp3, televisão e até acesso à internet. Aliás, a maioria deles são computadores portáteis e não apenas um simples aparelho para fazer e receber ligação.

Imagina quanto dinheiro gastamos comprando e revelando fotos em maquinas analógicas. Hoje com apenas um clique, posto aquela imagem tirada do meu iPhone direto no Twitpic e pronto! Todos têm acesso a ela, já que o serviço pode ser integrado com outras redes sociais e a turma recebe pelo próprio celular.

E minha coleção de fitas VHS? Foi para o saco. E justo agora que passei todos os filmes para DVD, eis que surge o Blue Ray, com toda a sua alta definição e um custo de 100 reais por exemplar. Hoje, até os donos de locadoras de vídeos devem ficar deprimidos... Com a popularização da internet, surgiram as locadoras on line. Você faz uma transferência pelo “internet bank” com o valor da locação, faz um download e assiste ao filme sem levantar da cadeira do seu quarto. E ainda pode escolhe o idioma e as legendas.

Até para as simples donas de casa a história é diferente... Com essas “maquinas planetárias” é possível ter todas as funções em um único aparelho: batedeira, cafeteira, liquidificador, panificadora, espremedor, centrifuga, mixer, processadores... E o alto custo do aparelho compensa o espaço economizado no armário. Microondas. Alguém não usa? De tanto usar, o meu parou de funcionar. O preço que o técnico gastou comprando peças novas, quase me pagariam um novo. E de tanta modernidade dos serviços oferecidos, somos obrigados a procurar assistência técnica credenciada pela marca, já que exige dos profissionais conhecimento específico sobre os novos produtos. Diga adeus ao “Zé da esquina” que conhece de tudo um pouco e fazia aquele preço camarada.

E nem depende de sua condição financeira, já que podemos encontrar os mais modernos equipamentos em versões “genéricas”, normalmente disponíveis nos shoppings chamados “Ching-ling”. Só não me pergunte quando a garantia. Normalmente duram cerca de 30 dias e sempre no 31º o produto simplesmente para de funcionar.

Não importa a idade, classe social ou hierarquia. Tornou-se uma questão de honra ter algo cada vez mais sofisticado. E às vezes tanta modernidade acaba ficando sem uso, movimentando apenas nosso cartão de crédito, que todos os meses nos mostra a realidade (em números) desse mundo consumista por impulso.